PLANEJANDO SUA VIAGEM
O prestador de serviços no turismo trabalha com uma matéria- prima preciosa: a concretização do sonho das merecidas férias, que povoa o ideário de milhares de turistas. Consumidores que, inundados por imagens publicitárias de lugares maravilhosos, com uma natureza exuberante, serviços primorosos e gente bonita, fica na expectativa, com uma ansiedade quase infantil para fazer parte desse cenário paradisíaco. Não importa o destino, o que se busca alcançar com o sonho varia. Pode ser liberdade, paz, fortes emoções, ou simplesmente relaxar.
Percebemos, entretanto, que muitas vezes a realidade fica distante desse sonho e pode, inclusive, transforma-lo em pesadelo.
A sua experiência dependerá da empresa contratada e da infraestrutura do destino visitado. Por isso fique atento, pois a falta de fiscalização no Brasil deixa o turista correr riscos desnecessários. Além disso, permite que muitos estabelecimentos operem sem sequer saber que há regras mínimas obrigatórias de segurança. Estabelecimentos estes que não estão preocupados em atuar de forma legalizada, e muito menos em treinar suas equipes, realizar manutenção de seus equipamentos ou zelar pelas famílias que hospedam. Prestadores de serviços que não possuem qualificação não sabem reconhecer uma situação de risco e não estão aptos para imprevistos e emergências.
Trabalhando há anos na Ong Associação Férias Vivas, notamos que, muitas vezes, é principal ou unicamente o valor financeiro que conta na escolha do pacote. E então, nos vêm importantes questões: será que o menor custo é garantia de um bom serviço? E seu pagamento implica em um fornecimento com qualidade?
DICAS PARA ESCOLHER SEU HOTEL E SEU GUIA DE VIAGEM
De posse de todas as informações disponíveis e fornecidas de forma transparente é que poderemos avaliar a relação custo x benefício e, então, tomar a decisão final de compra, optando racionalmente e avaliando se queremos um serviço com mordomias ou rusticidade, precário ou com qualidade.
Mas para que essa compra seja feita, de fato, de forma racional o primeiro item a observar é a qualidade da informação fornecida. Temos de fugir de fornecedores que optam por explorar o lado emocional ou mesmo usar de chantagens do tipo “você tem que decidir hoje, senão perde essa promoção incrível”.
O Ministério do Turismo identificando a necessidade de profissionalização do setor no país subsidiou o desenvolvimento de normas no âmbito da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT CB 54, com destaque para:
•Competências mínimas para condutores, que visa criar um novo parâmetro de qualidade na formação profissional do segmento.
•Informações mínimas que especifica os requisitos gerais mínimos de informações a serem fornecidas antes da formalização da compra.
•Gestão da segurança que especifica requisitos para um sistema de gestão no turismo.
As normas acima relacionadas foram publicadas no final de 2005 e podem ser adotadas de forma voluntária, por qualquer empresa, independente da atividade ou porte.
Partindo do princípio do planejamento consciente, exija do fornecedor a comprovação de atendimento às normas. É provável que você encontre no país 10 ou 20 empresas que já estejam incorporando o conhecimento necessário, mas essa cobrança do consumidor é necessária para motivar os empresários do segmento. Enquanto isso não acontece é possível elencar algumas dicas básicas a serem observadas quando o assunto é contratar um serviço que envolva turismo e lazer. Seguindo-as, não há como errar.
Identifique a razão social, CNPJ e cadastro no Ministério do Turismo de todos os fornecedores envolvidos na prestação do serviço;
Para o empreendimento hoteleiro – verificar:
•Programas de gestão da qualidade, ambiental ou de responsabilidade social
•Infra-estrutura de atendimento emergencial ou parceria com hospital mais próximo e qual a distância desse hospital
•Sistema de prevenção e combate incêndio e brigada de incêndio treinada
•Salva-vidas treinados e plantão das piscinas
Nas atividades – verifique sobre:
•Competência e experiência dos condutores
•Plano de manutenção dos equipamentos utilizados
•Instrução e informação antes e durante a atividade
•Planos de contingência (rotas de escape ou comunicação)